Em depoimento, Gilson Machado alega não ter contato com Mauro Cid desde 2022 4i3l52

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Ex-ministro e advogado também dizem desconhecer, oficialmente, motivação para a prisão preventiva

Em depoimento, Gilson Machado alega não ter contato com Mauro Cid desde 2022

Ex-ministro Gilson Machado (PL) na manhã desta sexta-feira (13), após a prisão. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

À Polícia Federal (PF), Gilson Machado (PL) afirmou que não tem contato com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid desde o segundo semestre de 2022. O bolsonarista é suspeito de ter tentado emitir um aporte português para que o militar, também investigado pela polícia, deixasse o Brasil. 

A declaração foi dada durante o depoimento aos agentes na manhã desta sexta-feira (13), na Superintendência da PF, no Recife, após Machado ser preso preventivamente na capital pernambucana.

O termo de declaração foi divulgado, na íntegra, por Célio Avelino de Andrade, advogado de Gilson. Após ser ouvido pelo delegado Bernardo Gonçalves de Torres, o ex-ministro foi levado para o Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. 

Questionado sobre Mauro Cid, Gilson Machado respondeu que “há muito tempo” não tem contato com o tenente-coronel, que “não se recorda a última vez que teve contato com ele” mas que é “desde o final do ano de 2022”.

“Não sabe precisar a data em que houve esse último contato, mas sabe dizer que foi pouco depois das eleições, quando prepararam juntos um documento para ser lido como discurso pelo então presidente [Jair Bolsonaro] em novembro daquele ano; que o contato foi pessoal, não se recorda de ter tido mais contato com ele, supondo inclusive que ele [Mauro Cid] trocou de telefone”, diz o documento.

Contato com o vice-consulado 2t6i1g

Ainda durante o depoimento, o preso alegou que soube, através da imprensa, em fevereiro deste ano, que Mauro Cid possui cidadania portuguesa e aporte válido no país europeu. No entanto, nega que entrou em contato com qualquer embaixada ou consulado para expedir aporte em nome de Mauro Cid.

Gilson Machado esclareceu que no dia 12 de maio deste ano, entrou em contato com um amigo, identificado como Francisco, ex-cônsul no Recife, para expedir um aporte em nome de seu pai, Carlos Eduardo Machado Guimarães, de 85 anos. O contato aconteceu por telefone e Francisco teria direcionado Gilson para o atendimento com uma funcionária do Vice-Consulado de Portugal em Recife. No dia seguinte (13 de maio), Gilson foi atendido pela funcionária, identificada como Juliene, através do WhatsApp.

Célio Avelino, advogado de Gilson Machado. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá
Célio Avelino, advogado de Gilson Machado. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá

Motivo da prisão é desconhecido 394x2h

Durante a transferência de Gilson Machado, da sede da Superintendência da Polícia Federal ao Cotel, o advogado do ex-ministro, Célio Avelino, falou com a imprensa. O representante legal afirmou que Machado está tranquilo, mas que ainda não sabe a fundamentação da prisão preventiva. No breve momento junto aos repórteres, o advogado chegou a afirmar que não recebeu o despacho do Supremo Tribunal Federal (STF) que identifica o ministro autor da ordem de prisão. Célio também disse desconhecer, oficialmente, o motivo para a prisão preventiva.

“Nem a polícia sabe [o motivo]. A polícia apenas recebeu um mandado de prisão. Não recebeu o despacho do ministro que ordenou essa prisão. Oficialmente, eu não sei o motivo disso. Presumo, pelo que se vê na imprensa, que seria algo relacionado à tentativa de emitir um aporte para Mauro Cid. Foi esse assunto que foi tratado pelo delegado e foi [sobre] esse assunto que ele respondeu. Dizendo que nunca tratou disso, que nunca esteve pessoalmente no consulado do Recife e nem em outro consulado, apenas esclareceu que na véspera pediu um agendamento para o pai dele, para renovar o aporte”, declarou Avelino.

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